Disturbios Ejaculacao
Carla Augusto Rita de Pinho Lima1
Muitas vezes, ejaculação e orgasmo masculino são tidos como sinônimos ou como uma mesma resposta sexual, quando na verdade não o são. Sendo assim, é preciso primeiramente esclarecer que os distúrbios da ejaculação são diferentes dos distúrbios do orgasmo, uma vez que pode existir orgasmo (prazer) sem ejaculação (eliminação do esperma) e esta sem o orgasmo. Embora se espere que os dois ocorram simultaneamente durante a prática sexual, pode haver uma dissociação completa entre estes dois fenômenos, pois possuem etiologias distintas e mecanismos determinantes diferenciados. Vale, portanto, esclarecer e distinguir os principais quadros de distúrbios ou disfunções sexuais ligados à ejaculação. De acordo com Cavalcanti & Cavalcanti (1996), estes são:
a) Ejaculação retrógrada: é aquela em que o esperma, de forma total ou parcial, ao invés de seguir o trajeto normal para ser eliminado, passa, por incompetência do colo vesical, para a bexiga urinária e é eliminado através da urina.
b) Ejaculação astênica: é aquela que se produz lentamente, sem a presença dos jatos ejaculatórios, fazendo com que esperma saia sem força alguma pelo meato urinário. Trata-se de um problema que afeta a musculatura bulbocavernosa e ísquiocavernosa, ocorrendo geralmente em pacientes paraplégicos com lesões medulares abaixo da L1.
c) Ejaculação dolorosa: nesta está presente a dor associada à ejaculação. Quando a dor ocorre antes da ejaculação, pode-se pensar em espasmo prostático. A dor durante a ejaculação pode ser sinal de problemas infecciosos, como prostatites, uretrites e vesiculites, sendo necessário um exame bacteriológico do esperma. Se a dor ocorre após a ejaculação, apesar de poder ser ocasionada pelos espasmos do esfíncter anal ou do períneo, normalmente, possui etiologia psicogênica.
d) Ejaculação reflexa: é aquela que ocorre involuntariamente, normalmente, em homens paraplégicos com lesão medular acima da L1.
e)