dissertacao
Esclarecer os motivos que me levaram à desenvolver o presente projeto de pesquisa implica em retomar parte de minha história pessoal e profissional.
Tendo nascido e sido criada em Ribeirão Preto – SP, mudei-me em 1994 para a cidade de Salvador - BA, em função de meu ingresso na rede SARAH de Hospitais do
Aparelho Locomotor, onde passei a trabalhar como psicóloga no setor infantil, atualmente
CRI (Centro de Reabilitação Infantil), que atende crianças e adolescentes com Paralisia
Cerebral (PC), Mielomeningocele, lesão medular, miopatias, síndromes genéticas, dentre outros quadros que atingem o aparelho locomotor.
A filosofia da instituição baseia-se na participação ativa do indivíduo com deficiência e
na
capacitação
da
família
como
agente
de
estimulação
ao
desenvolvimento/reabilitação (particularmente no caso de crianças). Dessa forma, o psicólogo trabalha dentro de uma equipe interdisciplinar composta por médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas, professores hospitalares e atua em atividades como avaliação, esclarecimento e orientação familiar.
Na prática profissional passei a atentar para a relação profissional de saúde x família, o que me levou a compreender que, a despeito da clareza e objetividade do conteúdo informativo, o entendimento e, principalmente, a ação da família a partir de determinadas orientações voltadas ao estímulo do desenvolvimento da criança, são perpassados por elementos nem sempre facilmente percebidos e compreendidos. Talvez o fato de vir de uma outra realidade tenha me permitido estar mais sensível às peculiaridades culturais, às idéias, valores e crenças das várias famílias com as quais vinha trabalhando.
Parecia assim importante tentar sistematizar esses elementos e analisar sua relação com os padrões de interação mãe-criança, o que deu origem à minha dissertação de Mestrado1.
Os dados dessa dissertação mostraram os significados que a família atribui à