Discutindo as Mudan as no Capitalismo
O nosso tempo está assistindo a consolidação de um novo período na história do capitalismo. Gestada nas contradições e na crise do regime de acumulação fordista / taylorista, é resultante de necessidades históricas colocadas ao sistema capitalista.
O capitalismo, enquanto sistema econômico, mantém o seu funcionamento a partir do equilíbrio entre os mecanismos anárquicos de fixação de preços pelos mercados e o controle sobre a força de trabalho como forma de aumentar a adição de valor e por conseqüência o aumento de lucros. Esta teoria de Marx, ajuda a compreender a dinâmica do capitalismo, que precisa construir arranjos para estes momentos em diferentes momentos de sua história, bem como para configurações regionais.
Este "arranjo" do capitalismo pode ser analisado a partir da Teoria da Regulação, que pressupõe:
O regime de acumulação é o que estabelece a correspondência entre as condições de produção e as condições de reprodução dos assalariados.
O modo de regulação é o conjunto dos hábitos, normas, leis, redes, etc., que normatiza e regula a ação dos indivíduos (ou grupos de indivíduos) tais como capitalistas, trabalhadores, funcionários públicos, etc. [cf. Harvey, 1994, p. 117].
Vivemos um processo, segundo Harvey, em que o modo de regulação keynesiano / fordista está cedendo o seu lugar para o modo de acumulação flexível e integrado. Harvey considera que a acumulação flexível é uma transformação sólida, porém, ainda não concluída (portanto num período de transição) [cf. p. 179]. Mas o autor também considera que a trajetória do desenvolvimento do capitalismo "[...] não é previsível em nenhum sentido comum exatamente porque sempre se baseou na especulação" [p. 307], de forma que as condições ou atividades e imaginação humana podem combinar um rol infinito de elementos geradas pela própria dinâmica do capitalismo. Nesta perspectiva não há garantias de que as mudanças no controle do trabalho não sejam irreversíveis [cf. p. 179] e tão