A educação ambiental — EA — no Brasil se constituiu como um campo de conhecimen- to e de atividade pedagógica e política a par- tir das décadas de 70 e, sobretudo, de 80 do século próximo passado. Ela já nasceu como um campo plural e diferenciado que reunia contribuições de diversas disciplinas científicas, matrizes filosóficas, posições político-pedagó- gicas, atores e movimentos sociais. A despeito dessa diversidade constitutiva, é possível perceber em seu núcleo orientador as tendências dominantes que forjaram seu perfil e que definiram o debate e a direção de sua traje- tória histórica. A tendência crítica é uma dessas perspectivas político-pedagógicas centrais dentro do campo e é à sua compreensão que o presente artigo se dedica. Nesse sentido, propõe uma inter- pretação histórica e sociológica de suas origens sociais e políticas, de suas influências culturais, dos conflitos e das bases teórico-conceituais que per- mitiram formular essa perspectiva particular de abordagem da relação entre a educação, a socie- dade e as questões ambientais. A compreensão dos processos históricos, de diferenciação dos campos sociais e de seu desenvolvimento no interior da sociedade não só ilumina o passado, mas auxilia a compreen- são e a ação presentes e a construção do fu- turo. Sempre quando aprofundamos a nossa consciência e discernimento sobre os processos sociohistóricos, ampliamos nossas possibilida- des de escolha e nossa liberdade de ação frente à vasta e confusa oferta de informação que caracteriza o mundo contemporâneo. No caso da EA e do pensamento crítico, essa reflexão se valida tanto em relação à contribuição já acumu- lada quanto em relação aos novos desafios e debates criados e multiplicados continuamente pelo avanço da degradação ecossistêmica e das próprias relações sociais; pelo aprofundamento das desigualdades e exclusões sociais; pela en- ganosa difusão de discursos, como o desenvol- vimento sustentável — DS — da educação para o desenvolvimento; e pela