Disciplina
"Disciplina", geralmente, refere-se a métodos de controle e punição das pessoas, a fim de socializá-las. A definição do verbo disciplinar em um dicionário relaciona dois usos, incluindo (1) "treinar por instrução e controle; ensinar a obedecer à autoridade ou aceitá-la" e (2) "punir ou penalizar". Portanto, não devemos "disciplinar" os alunos. Ao invés disso, trabalhamos com os alunos enquanto eles constroem gradualmente suas próprias convicções sobre as relações com outros. A auto regulagem autônoma é uma meta, ao invés da obediência à autoridade.
Isto não significa que os clientes em diversas situações podem "fazer o que bem entenderem". Na verdade, por exemplo, em sala de aula, os professores devem desenvolver estratégias para o manejo de uma classe de crianças e lidar com inevitáveis rupturas na cooperação. Os professores construtivistas não são passivos, pelo contrário. Eles são altamente ativos em seus esforços para facilitar a auto regulagem das crianças. Sua atividade, entretanto, não assume formas unilaterais de treinamento, exercícios ou punições. Ao invés disso, ela assume formas cooperativas para permitir que as crianças construam convicções e sigam suas próprias regras sociais e morais, independentes da coerção adulta. As regras sociais e morais construídas pelas próprias crianças estão enraizadas em suas experiências pessoais no dia-a-dia. Essas experiências pessoais com companheiros e adultos levam-nas a construir relações de causa e efeito entre suas ações e as reações dos outros.
Ao discutir como os adultos lidam com as faltas cometidas pelas crianças, Piaget (1932/1965) faz uma distinção entre sanções expiatórias e sanções por reciprocidade.
Sanções expiratórias ou punitivas
Piaget descreveu sanções expiatórias como reações a transgressões com coerção e punição dolorosa. As sanções expiatórias são arbitrárias, no sentido de “não existir um relacionamento entre o conteúdo do ato culposo e a natureza de sua punição”... "Tudo que