"Direto da Redação": Falta de água é só o começo, vem coisa pior Com a estiagem, reservatórios já estão chegando a perigosos níveis do apagão de energia de 2001
Hoje, segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), o nível dos reservatórios das hidrelétricas das Regiões Sudeste e Centro-Oeste está em uma situação pior que a registrada em 2001, quando o país enfrentou racionamento de energia.
O armazenamento médio das hidrelétricas das duas regiões, que respondem por cerca de 70% da capacidade de geração do País, estava em 21,11% no dia 20 de outubro deste ano, diz ONS. No mesmo período de 2001, época do apagão, o nível médio era de 21,39%.
E o nível das represas deve continuar caindo até o final de outubro, podendo chegar a 19% ao fim do dia 31, em função da quantidade de chuvas nas duas regiões.
E mesmo com tudo isso, as autoridades sequer se mexem para reduzir o alto grau de dependência do País das usinas hidrelétricas. Para representantes do setor, o Brasil está avançando na diversificação da matriz de energia, mas em um ritmo muito mais lento que o necessário.
A maior utilização das usinas térmicas, que tem servido para compensar a queda das hidrelétricas, por outro lado fez aumentar o consumo de gás para produção de energia. Em 2013 essa força foi responsável por 11,3% da geração, o que vem encarecendo o insumo em todo o País.
Para empresários do setor, diversificar as fontes não significa abandonar o sistema hídrico, que cumpre um papel essencial na segurança do sistema brasileiro, mas reduzir a dependência de uma única fonte que, como vemos, pode faltar.
A Alemanha é um exemplo de país que está lidando com essa situação. O governo alemão decidiu mudar radicalmente sua matriz após o vazamento de radiação da Usina de Fukushima, no Japão, em 2011, e diversas usinas