diretas ja - redemocratização
Analisar e compreender o fenômeno social das Diretas Já requer uma visão ampla e crítica quanto às políticas impostas ao povo naquele período, bem como diversos fatores que contribuíram para que a luta pelo direito fosse de fato realizada. O processo histórico na qual o Brasil passava era de grande tensão, os aspectos econômicos ufanistas já não agradavam o povo brasileiro. A construção de obras faraônicas e a imposição de programas nas áreas de transporte, energia e estratégia militar apenas concentravam a renda nas mãos de poucos e aumentava exponencialmente a divida interna brasileira, causando na população um sentimento de injustiça, que foi de grande valia posteriormente para a consolidação das Diretas Já e a busca pela redemocratização.
O milagre econômico brasileiro, datado no ano de 1968 até 1973, foi a denominação dada ao período em que o Brasil vivia um grande crescimento financeiro ocorrido durante o regime ditatorial. O governo militar da época instaurou diversos programas e grandes investimentos, que serviriam para romper a estagnação herdada pós-governo de Juscelino Kubitschek e integrar as sociedades voltadas para a mão de obra assalariada. Porém, este desenfreado crescimento não seria eterno, e uma hora havia de cessar. Em 1974 a crise do petróleo já se instaurava, e os reflexos eram visíveis e negativos para a economia brasileira, tal crise ocasionou uma alta da inflação no mundo e no Brasil principalmente, aonde chegou aos 35%. A balança comercial brasileira já apresentava desastrosos números, devido à incapacidade brasileira de se continuar com o ritmo de crescimento dos anos anteriores, e em 1980 e 1983, as taxas inflacionárias chegaram aos 200% anuais.
Este cenário caótico contribuiu para aflorar na sociedade o sentimento de busca pela justiça, por democracia e principalmente, por uma sociedade mais igualitária. Em 1983, o então senador Teotônio Vilela em um discurso para a TV Bandeirantes, deu