Direitos humanos, coisa de polícia!
Durante muitos anos o tema “Direitos Humanos” foi considerado totalmente antagônico ao de Segurança Pública. Em decorrência da ditadura militar vigente no país entre 1964 e 1984 e da manipulação, por ela, dos aparelhos policiais, houve a cisão entre a sociedade e a polícia, como se essa última não fizesse parte da primeira. A Polícia foi então tachada como antidemocrática e truculenta, servindo unicamente ao Estado ditatorial vigente, e não à sociedade. Com o advento da Constituição Federal de 1988 houve o “renascimento” de uma nova Polícia, voltada, obrigatoriamente, não somente à defesa do Estado, mas sim à defesa do Estado Democrático de Direito e da sociedade. Passou-se então a buscar a aproximação vitoriosa das Polícias com a sociedade, contando com o auxílio de ONGs que atuavam com Direitos Humanos, objetivando a superação dos entraves plantados durante o período de autoritarismo. Tal aproximação foi fundamental para avanços na criação de uma Polícia democrática e cidadã! Estabelecidos os laços entre a Polícia e a sociedade, passou a ser obrigatório nos cursos de formação policial o ensino de temas relacionados aos Direitos Humanos. Entretanto, iniciada a revolução no ensino policial, houve inicialmente certa resistência por parte dos policiais mais antigos, responsáveis pela transmissão do conhecimento até então, os quais não levavam o assunto realmente a sério e estabeleciam preconceitos em relação à matéria. Pois bem. Decorridos mais de 20 anos da promulgação da CF de 1988, vivemos hoje nova fase na transmissão do conhecimento relativo aos Direitos Humanos nas Academias de Polícia. Hoje, com policiais conscientes da necessidade de respeito à dignidade de pessoa humana, têm os mesmos servido, ainda, como plenos e legítimos educadores acerca do assunto, retransmitindo o conhecimento e enobrecendo a função policial com seus comportamentos e atitudes. E tal sucesso somente foi obtido