Direito
Neste livro, o autor procura elaborar uma reflexão organizada sobre a transição entre paradigmas societais, ou seja, produzir uma reflexão sobre os diferentes modos básicos de viver a vida em sociedade. Embora ele admita que o trabalho ainda esteja em andamento, afirma entender que o ponto a que já chegou em determinadas questões justifica por à luz suas “perplexidades”. Boaventura Santos desenvolve a sua reflexão em um quadro que identifica como de “crise” do Projeto Cultural da Modernidade. Projeto cujo marco histórico localiza no advento da revolução copernicana que inaugura o séc XVI. Identifica que tanto no aspecto epistemológico (de forma mais evidente e consolidada) como no aspecto societal (menos evidente) é possível, e necessário, desenvolver um pensamento crítico a respeito desta “crise” que ele considera mais como uma transição. O texto produzido com tal propósito apresenta-se composto por três partes, as quais são assim referidas: primeira parte, os Referenciais; segunda parte, As Condições de Inteligibilidade e Cidadania; terceira parte, Emancipação e Utopia. A primeira parte, Referenciais, está composta por dois capítulos onde o autor faz uma reflexão sobre algumas das referências teóricas que têm pautado a investigação que realiza. Formula, ali, algumas das suas “perplexidades analíticas” perante as transformações sociais no final do séc. XX e anuncia os caminhos através dos quais tais perplexidades podem traduzir-se em motivos de criatividade sociológica. Procede também, nesta primeira parte, a uma análise do marxismo, enquanto tradição teórica da sociologia, com o objetivo de distinguir as áreas ou dimensões em que o mesmo continua atual, daquelas em que se encontra desatualizado e deve, por isso, ser “profundamente revisto,