O MENINO POBRE DO MORRO DO QUEROSENE Malano Novas Mané Macaco ou Mané Medonho, como era tratado por todos era um menino pobre, ou como queiram, um pobre menino do Morro do Querosene da cidade de Lins. Na década de l940 em Lins, ao se trafegar com destino ao outro lado da linha, como se costumava dizer na cidade, o transeunte teria duas opções de itinerário: ou ir pela Rua Olavo Bilac que ao passar pela cancela da NOB, (Estrada de Ferro Noroeste do Brasil), chegaria à ponte sobre o Rio Campestre onde começava o subidão da Rua Rui Barbosa de terra batida ou, optar por tomar a rua Campos Sales partindo da esquina com a rua Sete de Setembro, quando então se passaria pelo pontilhão sobre a NOB e logo em seguida, ao se deparar com o ‘ARMAZEM DO NICOLAU ZARVOS’ já era a Estrada do Campo da Aviação, que ao passar pela ponte do Rio Campestre se bifurcava, dando origem à Avenida da Saudade, com destino ao cemitério da cidade e à saída do Paraíso, antigo nome do Guapiranga, e da Vila Sabino, hoje município. A Avenida da Saudade tinha sido antes a Estrada Boiadeira, por onde passava boi e passava boiada, tal como a música. A estrada do Campo da Aviação nos seus primeiros, mais ou menos oitocentos metros, tinha à sua esquerda o “barrancão” do bairro que se formava e à sua direita o grotão da Fazenda Boa Vista, que os moradores da redondeza chamavam de “barroca”, e onde se buscava a “água da mina” e o barro branco que atapetava o piso de chão dos casebres. A molecada também buscava na “barroca” a “piçarra” para fazer pelotas para seus estilingues. Quando a estrada do Campo da Aviação se bifurcava com a Avenida da Saudade, denotávamos um morro muito alto, de forma triangular com um aspecto de penedo, dada a altura do barranco formado, e de difícil acesso ao seu patamar. Durante anos muita terra foi retirada dali e o morro foi aos poucos tomando um