direito
1 – CONFLITO ENTRE TRABALHO E REALIZAÇÃO
O ser humano durante toda sua vida persegue um único objetivo: ser feliz, sentir-se realizado. Mas a realização humana é algo desde sempre incompleto, é um eterno vir-a-ser. É essa constante busca de realização que permite ao ser humano transformar o seu meio natural e, com isso, fazer história. É nessa ação de transformar a realidade à sua volta que o ser humano encontra momentos de satisfação, de realização de seus projetos, ainda que, paralelamente a isso, esteja gerando novos desejos e ansiedades. A realização de um sonho, de um projeto é um estímulo para o início de um outro. E toda realização humana se faz por meio do trabalho. Mas apesar de a realização (a felicidade) somente vir por meio do trabalho, há uma enorme distância entre realização e trabalho. O conflito gerado entre trabalho e realização deve-se, além de ser associado à tortura e ao sofrimento, ao fato de que na sociedade os trabalhos realizados pelos trabalhadores não são projetos seus e nem mesmo são seus os frutos de seus esforços. Longe de ser sinônimo de criação e de transformação, o trabalho que desenvolvem torna-se opressivo e estafante.
2 – HISTÓRIA DO TRABALHO
O trabalho na antiguidade greco-romana
Para o filósofo Aristóteles a diferença social entre os homens era natural, não havendo contradição alguma na divisão que se impunha entre o trabalho manual e as atividades intelectuais e políticas. Na cultura grega, cabia aos cidadãos a organização e o comando da polis. Ao cidadão era proibido o trabalho braçal, já que ele deveria ter o tempo livre – ócio– para se dedicar à reflexão e ao exercício da cidadania e do bem-governar. Por ser rotineiro e não exigir capacidade reflexiva, o trabalho manual era considerado atividade degradante (indigna), relegada a escravos e não cidadãos. Em Roma, permaneceu a divisão entre a arte de governar e o trabalho braçal. Sendo o império fundado na escravidão, o trabalho braçal