Direito
Antropologia jurídica é a investigação dos mecanismos de regulação executável da sociabilidade humana através de métodos que empreguem teorias antropológicas, usem a interdisciplinaridade e perspectiva holística típica da antropologia, compreendam o universal pelo particular preferencialmente por extensivo trabalho de campo.
Há tópicos em antropologia que são importantes aos profissionais do direito, como também há tópicos do direito que servem ao antropólogo. Algumas dessas noções comuns são o conceito pluralidade jurídica, direito socioambiental, etnicidade, dinâmicas de poder, sanções informais, mediação de comunidades de direito informal, relações estado-indivíduo, direitos humanos, responsabilidade social corporativa, direito comparado, liberdade religiosa, liberdade de consciência em tratamento médicos. No entanto, por si só esses tópicos não formam a disciplina de antropologia jurídica. É a teoria da antropologia jurídica que os articulam.
Eis um exemplo do modo de trabalho da antropologia jurídica. O antropólogo e sociólogo Bruno Latour passou meses assistindo sessões de um tribunal superior francês para entender a produção da justiça pelos profissionais da lei. Se ele não lançasse mão da teoria, os dados coletados seriam meras descrições.
Na formulação da teoria, a antropologia jurídica pode abordar os tópicos que mencionei e também outras disciplinas, como psicologia, sociologia, criminalística, história, geografia, e claro, o direito.
Outro exemplo da prática da antropologia jurídica no Brasil, os poucos antropólogos do Ministério Público passam tempos tentando examinar e mediar entre interesses de partes distintas. Tipicamente trabalham com causas indígenas, mas poderiam bem servir em direito de família ou do trabalho. Sem método ou teoria antropológica, a atuação deles seria semelhante de assistentes sociais, porém sem tomar responsabilidade pelos seus assistidos.
Por essa razão,