Direito
A linguagem é algo que faz parte da natureza do homem, o qual sofre de uma compulsão natural de se agrupar em sociedade a fim de realizar seus objetivos. Consciente de suas limitações, o ser humano busca no outro a complementação de si mesmo e o que lhe permite essa aproximação é justamente a linguagem, que favorece o pensar e o agir. Se não dosse ela, o homem não sabera como entrar em contato com o semelhante, não teria como estabelecer vinculos sociais, constituir grupos de pessoas ao redor dos mesmos interesses. Por isso mesmo, o poder da linguagem não veio de graça para o homem; este precisou construí-lo, amoldá-lo por meio dos contatos, das trocas de idéias e conhecimentos entre os povos durante o desenrolar da historia da humanidade. Assim sendo, considerar a linguagem como um amontoado de regras seria simplista demais, já que não é possivel estabelecer um verdadero ato de comunicaçao com base apenas nos conhecimentos teóricos de uma estrutura linguística. Cada elemento participativo de um ato de comunicação tem relevante papel na produção e compreensão de sentidos e/ou significados, ou seja, é preciso uma competência do falante para, recorrendo aos elementos gramaticais ou lexicais, conseguir produzir algo coerente e compreensível ao interlocutor. Este, por sua vez, também precisa dessa competência para atuar nessecenário da linguagem, ele precisa, como num “contrato”, cumprir com seu papel, buscar entender o que lhe transmite seu interlocutor, esforçar-se para isso, tal como assegura Grice (1975) em suas “Máximas Conversacionais”: da Quantidade, da Qualidade, da Relevância e do Modo, com suas devidas implicaturas. Infere-se, portanto, que a linguagem não é usada somente para se informar algo a alguém: esta é apenas uma das suas funções; a principal delas, na realidade, é demonstrar ao ouvinte a posição ocupada pelo falante na sociedade da qual faz parte. As pessoas falam porque precisam ser ouvidas, “às vezes para serem