Direito a cotas
As ações afirmativas ou sistema de cotas é certamente o assunto mais polêmico quando se trata do ingresso ao ensino superior no Brasil. No começo do século, eram poucas as universidades públicas que reservavam vagas para candidatos negros e/ou de baixa renda, destaque para a Universidade de Brasília (UnB). Com o passar dos anos, mais e mais instituições públicas de ensino superior passaram a adotar a prática, até que praticamente todas passaram a usar. A medida que seria provisória está se tornando definitiva, já que as universidades perceberam a letargia dos governos federais, estaduais e municipais em melhorar o ensino nas escolas públicas.
As universidades têm autonomia para definir o funcionamento do sistema de cotas, por isso existem diversos modelos espalhados pelo país. A prática mais comum é reservar parte das vagas para estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas. Algumas instituições chegam a separar até 70% das vagas para esse perfil de candidato. Também muito frequente é a reserva de vagas para afrodescendentes, índios, deficientes e membros de comunidades quilombolas. O sistema de cotas raciais causa polêmica pela subjetividade no momento da entrevista do candidato, ou seja, quais são os critérios para definir se o vestibulando é negro ou moreno, ou se realmente é índio ou apenas um descendente distante?! Negros que sempre estudaram em escolas particulares devem ter direito a cotas?!
As cotas nas universidades públicas nem sempre significam reserva de vagas. Há também um sistema de bônus na pontuação do vestibular para candidatos de baixa renda, de escolas públicas ou de determinadas raças. Essa prática ficou em evidência no início de 2012, quando a Universidade Federal Fluminense (UFF) deu bônus de 20% para candidatos que estudaram na rede pública de ensino. O resultado foi que todos os candidatos que passaram em Medicina pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU) eram de colégio público. Depois do fato, a UFF se comprometeu