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A crítica que se tece às políticas sociais no Brasil, em especial ao Programa Bolsa Família, não é novidade em nossa história. Desde as primeiras experiências do capitalismo de livre mercado, os sujeitos que não conseguiam uma inserção no mundo do trabalho e demandavam ações protetivas, muitas vezes ficavam à mercê da filantropia e da caridade.

As questões que se colocavam eram se tais ações não reproduziriam a acomodação das pessoas, uma vez que receberiam incentivos e assim deixariam de buscar um trabalho. A ideia inicial era que as pessoas que recebessem algum tipo de ajuda compensassem de alguma maneira, geralmente um trabalho forçado, num capitalismo sem lei.

No mesmo período somente dispunham de direitos civis e políticos os sujeitos pertencentes à nobreza e a burguesia. Os trabalhadores eram desprovidos de direitos protetivos, o que viria a ocorrer somente no final do século XIX.

Ao fazer uma análise acerca dos nossos dias, lembramos que tem se disseminado a ideia de que os beneficiários do programa bolsa família deveriam trabalhar para compensar a ajuda recebida, e até deveriam ter o direito ao voto cas. Princípios Fundamentais
As políticas sociais no Brasil mudaram de paradigma durante o período governamental de FHC. Antes, predominavam auxílios variados, quase sempre intermediados pelo poder público local: doações de cestas básicas, entrega de leite, distribuição de água na seca. Depois, estruturou-se uma rede de proteção social para combater a pobreza, introduzindo ações públicas coordenadas contra suas causas estruturais e transferências diretas de renda aos cidadãos.
A arquitetura da rede de proteção social construída no período governamental de FHC dependeu, inicialmente, da estabilização da economia. Com o fim do “imposto inflacionário”, que penalizava fortemente os mais pobres, pôde-se alcançar um novo patamar de combate à exclusão social, atacando as fontes geradoras da miséria. O mais recente relatório do PNUD (Programa das Nações

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