Diarreias
As diarréias são definidas clinicamente pela eliminação de fezes de consistência diminuída ou líquida, com aumento do número de evacuações.
Representam uma resposta inespecífica do intestino a diversas agressões como infecções, infestações parasitárias, auto-imunidade, isquemia, reações a drogas, cirurgias e neoplasias.
Quanto à fisiopatologia podem ser divididas em: osmótica, exsudativa, secretora e motora. A diarréia osmótica resulta da presença de substâncias inabsorvíveis, de alta osmolaridade, que carreiam grande quantidade de água para a luz intestinal, superando a capacidade intestinal de absorção. Intolerância à lactose é um exemplo de diarréia osmótica.
Já na diarréia secretora, como o próprio nome menciona, há grande secreção de fluidos e eletrólitos ativamente para a luz intestinal. Esta secreção aumentada decorre de vários fatores, entre eles, da ação de toxinas que interferem no sistema adenilciclase com estímulo do AMP cíclico (Vibrio cholera, E. coli enteropatogênica), da secreção de hormônios (Vipoma, carcinóide) ou da lesão das vilosidades intestinais (Rotavírus). Exemplo clássico deste tipo de mecanismo fisiopatológico é aquele causado pelo vibrião colérico. Este assunto será melhor abordado em publicações futuras.
A diarréia exsudativa decorre da invasão do patógeno na mucosa intestinal (E.coli enteroinvasiva, Salmonella, Shigella e outras) ou agressão imunomediada, com perda da integridade da mucosa, citólise e necrose celular, resultando na exsudação de muco, sangue e células inflamatórias (doenças inflamatórias intestinais).
E por fim, a diarréia motora, que é conseqüente a alterações da motilidade intestinal, a qual está sob influência do sistema nervoso autônomo e central. Doenças que promovem uma hipermotilidade intestinal, como o