Dialética de Platão no mito da caverna
Na Alegoria da Caverna, narrada através de diálogos, Platão ilustra a passagem do mundo das sombras para o mundo da realidade. Nela, a caverna representa o mundo sensível, das aparências, onde os prisioneiros estão acorrentados aos seus preconceitos e verdades ilusórias. Um desses prisioneiros se liberta, esse é o filósofo, e alcança o mundo real, das ideias, iluminado pela luz do sol. O sol é a verdade, o conhecimento, a realidade. Mas o prisioneiro ainda retorna para compartilhar sua descoberta e libertar os outros, contudo é recebido com escárnio e horror pelos que se habituaram a viver nas sombras e não mudam de atitude com relação a isso.
Nessa alegoria vemos dois movimentos. O primeiro é o da dialética ascendente, que é ilustrada pelo prisioneiro que se liberta e encontra a luz. Temos então o filósofo que, descontente com as verdades impostas, se vê impulsionado para buscar a conhecimento através da razão. E o segundo movimento é a dialética descendente, na narrativa é a volta do liberto para a caverna à fim de buscar os outros. Esse último movimento consiste em compartilhar com os outros o conhecimento adquirido, para que eles possam também se verem livres das falsas aparências.
A dialética é, para Platão, o que liberta o espírito das ilusões que nos cercam. Mas é também uma tarefa árdua em suas duas faces, o que exige empenho e esforço do filósofo para alcançar a plenitude da razão. A decisão de abandonar a comodidade do que nos é pré-estabelecidos e ir em busca da luz da