Di Rio De Campo

Diário de campo – Um dia no Centro de Ensino Médio 03 de Ceilândia, SEDF
Acordo bem cedo, cinco e meia, ainda está escuro; tomo banho, visto a roupa que já havia preparado no dia anterior, arrumo o cabelo e a maquiagem. Vou à cozinha preparar a vitamina de meu filho de sete anos, que acordará seis horas. Eu e Felipe tomamos nosso café da manhã e saímos de Águas Claras seis e meia. Deixo-o na escola, em Taguatinga, e sigo em trânsito contrário para a Ceilândia (quem vai para o Plano Piloto pega um grande congestionamento). Em vinte minutos chego ao Centro de Ensino Médio 03 de Ceilândia, uma grande escola dessa cidade.
Nesta escola, pela manhã, funciona o ensino regular, onde os professores trabalham com quinze turmas de quarenta alunos cada, o que dá uma média de seiscentos alunos para um professor como eu. Nem toda escola funciona com a grade horária fechada assim, sem horários vagos. Mas há benefícios que outras escolas da Ceilândia não têm, como a disputa de carga horária. Como no período da tarde nesta escola funciona o EJA (Educação de Jovens e Adultos), todo professor do ensino regular matutino sabe que seu horário letivo será sempre pela manhã. Este é um dos motivos que me mantém nesta escola, que abre seus portões 7:15 e o professor vai para a sala de aula 7:30.
Chego às 7:10 aproximadamente, com tempo para levar a televisão e o vídeo para a sala de aula, também pode ser um Datashow. Monto os equipamentos, reposiciono as cadeiras, vejo se tudo está funcionando, tranco a porta da sala com seu imenso cadeado e volto para a sala dos professores. Por vezes é difícil saber com quem estão as chaves da sala onde ficam os equipamentos (na inativa sala de informática) e preciso sair procurando entre coordenadores e funcionários da limpeza para descobrir. Depois de algumas dificuldades, decidi fazer uma cópia, que mantenho comigo. Outras coisas que também tenho comigo são pilhas para o controle remoto, cabos de áudio e vídeo, extensão, adaptadores de tomada; tudo