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1580 palavras 7 páginas
O Padre Henrique e o dragão da maldade
(Patativa do Assaré)

Sou um poeta do mato vivo afastado dos meios minha rude lira canta casos bonitos e feios eu canto meus sentimentos e os sentimentos alheios

Sou caboclo nordestino tenho mão calosa e grossa, a minha vida tem sido da choupana para roça, sou amigo da família da mais humilde palhoça
Canto da mata frondosa a sua imensa beleza, onde vemos os sinais do pincel da Natureza, e quando é preciso eu canto a mágoa, a dor e a tristeza

Canto a noite de São João com toda sua alegria, sua latada de folha repleta de fantasia e canto o pobre que chora pelo pão de cada dia

Canto o crepúsculo da tarde e o clarão da linda aurora, canto aquilo que me alegra e aquilo que me apavora e canto os injustiçados que vagam no mundo afora

E, por falar de injustiça traidora da boa sorte eu conto ao leitor um fato de uma bárbara morte que seu deu em Pernambuco famoso Leão do Norte

Primeiro peço a Jesus uma santa inspiração para escrever estes versos sem me afastar da razão contando uma triste cena que faz cortar coração

Falar contra as injustiças foi sempre um dever sagrado este exemplo precioso
Cristo deixou registrado.
Por ser reto e justiceiro foi no madeiro cravado

Por defender os humildes sofreu as mais cruéis dores e ainda hoje nós vemos muitos dos seus seguidores morrerem barbaramente pelas mãos dos malfeitores

Vou contar neste folheto com amor e piedade cujo título encerra a mais penosa verdade:
O Padre Antonio Henrique e o Dragão da Maldade

O Padre Antonio Henrique muito jovem e inteligente a 27 de Maio foi morto barbaramente, no ano 69 da nossa era presente

Padre Henrique tinha apenas
29 anos de idade, dedicou sua vida aos jovens pregando a santa verdade admirava a quem visse a sua fraternidade

Tinha três anos de padre depois que ele se ordenou pregava a mesma missão que Jesus Cristo pregou e foi por esse motivo que o dragão lhe

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