Devoção negra santos pretos e catequese no brasil colonial oliveira, anderson josé machado de

DEVOÇÃO NEGRA: SANTOS PRETOS E CATEQUESE NO BRASIL COLONIAL
OLIVEIRA, ANDERSON JOSÉ MACHADO DE
INTRODUÇÃO
O culto aos santos ocorriam por meio dos santuários, dos eremitas e das irmandades. “Com o objetivo de orientar e canalizar a fé das massas urbanas, estas ordens (mendicantes) defenderam com maior veemência a idéia de que os santos forneciam exemplos de vida que deveriam ser imitados pelos fiéis”. (VAUCHEZ)
Santo Elesbão e Santa Efigênia. O culto a esses dois santos mostrou-se como um meio de efetivar o processo de catequese dos negros na sociedade colonial. “Catolicismo Negro”, segundo Roger Bastide referia-se ao processo superficial de catequese dos afro-descendentes. Um dos resultados do “catolicismo negro” foi a preservação das religiões africanas no Brasil.
CAPITULO 1
FREI JOSÉ PEREIRA DE SANTANA E A ORDEM DO CARMO: UM INTELECTUAL E UM PROJETO
1.1 A ORDEM DO CARMO
A Ordem do Carmo em sua fundação datada do século XII, no Monte Carmelo na Palestina. Sua primeira regra estabelecia uma vida eremítica para os seus membros. Esta regra foi aprovada pelo Papa Honório III em 1226.
Em 1247, a Ordem do Carmo sofreu a primeira reforma de suas constituições. Esta reforma foi conduzida por São Simão Stock, que pediu ao Papa Inocêncio IV que a Ordem pudesse se dedicar a uma vida ativa. Esta transformação fez com que os Carmelitas passassem a adotar o modelo de vida mendicante. Os mendicantes vinham responder às novas necessidades espirituais criadas pelo desenvolvimento comercial urbano.
1.2 FREI JOSÉ PEREIRA DE SANTANA: UM INTELECTUAL E UM PROJETO
A publicação, entre 1735 e 1738, de Os Dois Atlantes de Etiópia, narrando as vidas de Santo Elesbão e Santa Efigênia, constitui-se na formalização de um projeto de ação da Ordem do Carmo. Esta ação tinha o objetivo de promover e consolidar a posição da ordem no cenário da Cristandade, principalmente na sua face colonial, garantindo aos carmelitas um papel de destaque junto ao Estado e na sociedade.
1.2.1 VOCAÇÃO