Deus e a filosofia
“Deus e a Filosofia”
Uma evidência do mais relevante de Étienne Gilson
Prefácio
Gilson pretende tratar um dos maiores de todos os problemas metafísicos, ou seja, trata da questão do problema metafísico de Deus, bem como a relação que se verifica entre a nossa noção de Deus e a demonstração da sua existência.
É também interessante o facto de descobrir que o único contexto no qual as conclusões metafísicas de Descartes faziam sentido era no da metafísica de São Tomás de Aquino. Até considera que a metafísica de Descartes foi uma desastrada revisão da metafísica escolástica. Gilson decide então estudar metafísica com aqueles que realmente a conheceram, isto é, os escolásticos.
Refere que a condição caótica em que se encontra a filosofia contemporânea, com o caos moral, social, político e pedagógico daí decorrente, não se deve a qualquer falta de discernimento filosófico dos pensadores modernos; resulta simplesmente do facto de nos termos perdido, porque perdemos o conhecimento de alguns princípios fundamentais que, por serem verdadeiros, são os únicos em que se pode fundamentar, hoje como no tempo de Platão, qualquer conhecimento filosófico.
Gilson tem o pressuposto que a verdade pode ser encontrada, mesmo na metafísica. No entanto, não tem a pretensão de dar uma demonstração suficiente da existência de Deus. Salienta que a única solução pertinente para um verdadeiro problema: o acto infinito de auto-existência, através do qual tudo o resto é e, comparado com ele, tudo o resto é como se não fosse.
Por fim refere que foi a sua intenção mostrar, sobre o problema específico de Deus, que os filósofos disseram, por influência dos Gregos, coisas que nunca foram ditas pelos próprios Gregos. É um problema metafísico relevante que ninguém pode esperar que a ciência confirme, e não se deve erradamente aceitar como sendo uma refutação da ciência a incapacidade de alguns cientistas em compreenderem problemas fundamentais da metafísica.
I – Deus e a