Desperdício de alimentos
Atualmente, o Brasil desperdiça cerca de 26,3 milhões de toneladas de alimentos por ano, enquanto uma grande parcela de pessoas passa fome. A quantidade de comida jogada no lixo poderia alimentar mais de 10 milhões de brasileiros diariamente. O desperdício começa na hora do plantio, colheita e armazenamento dos alimentos e continua dentro de casa.
Contudo, o problema não se concentra apenas na ponta da cadeia de produção de alimentos, ou seja, nos consumidores. Estudos mostram que do total de alimentos desperdiçados no país, 10% ocorrem durante a colheita; 50% no manuseio e transporte dos alimentos; 30% nas centrais de abastecimento; e os últimos 10% ficam diluídos entre supermercados e consumidores (Dias,2003).
Em outras palavras podemos dizer que a perda de alimentos é um problema de todos na medida em que ocorre por despreparo tanto de quem trabalha na chamada agroindústria, quanto dos consumidores. No transporte, as bananas, por exemplo, vêm amassadas pelas caixas de madeira empilhadas umas sobre as outras. Nos centros atacadistas, os abacaxis que vieram amontoados nos caminhões continuam amassados nos balcões de venda. Somente nas feiras livres do Estado de São Paulo mais de 1.000 toneladas de produtos alimentícios vão para o lixo todos os dias (Dias, 2003; Mesa São Paulo; 2006).
Vale ressaltar que também existem iniciativas para combater o problema e ao mesmo tempo colocar comida no prato de quem está com fome. São iniciativas importantes, realizadas por organizações não governamentais (ONGs), governos e entidades como o Serviço Social do Comércio (Sesc). O trabalho consiste basicamente em recolher as sobras de comercialização em empresas, sacolões, mercados municipais, padarias e centrais de abastecimento, e depois, selecionar estes alimentos para distribui-los nas entidades sociais. São produtos bons para o consumo e inadequados para a venda, como frutas com pequenas manchas e massas que ficaram fora do padrão da embalagem