Desinstitucionalização: Principais desafios e mudanças
Segundo Koda (2007) os processos de transformação das práticas no âmbito da saúde mental, assim como os pressupostos da luta antimanicomial implicam mudanças em diversos aspectos: do teórico ao cultural, passando pelo campo de construção de políticas e modelos de atenção. Busca-se não só constituir novas práticas no campo da assistência à saúde mental, como também produzir transformações no que diz respeito ao lugar social dado à loucura, ao diferente, questionando uma cultura que estigmatiza e marginaliza determinados grupos sociais.
A noção de desinstitucionalização era entendida basicamente como um conjunto de medidas de desospitalização e seus princípios fundamentais eram: prevenção de internações inadequadas, elegendo alternativas sociais comunitárias para o tratamento; ressocialização dos internos que apresentem preparo adequado; criação de um sistema de suporte comunitário para egressos ou outros que precisem de serviços em saúde mental, diz Amarante (1995),
Para o Ministério da Saúde, o movimento da reforma psiquiátrica no Brasil é um movimento que prioriza a mudança nos modelos de atenção das práticas de saúde em defesa da saúde coletiva. É um movimento com história própria, empenhado em superar definitivamente a violência asilar, oferecendo equidade nas ofertas de serviços, e protagonismo dos trabalhadores e usuários dos serviços de saúde nos processos de produção de tecnologias de cuidado. É um processo político e social complexo composto de atores, instituições e forças de diferentes origens.
Bezerra (2007) cita como alguns dos maiores desafios do movimento de luta antimanicomial: a relação entre os diferentes autores (usuários, familiares e trabalhadores) no sentido de reconhecer-se nas diferentes identidades, fazendo valer a pluralidade, construindo-se espaços públicos que respeitem as diferentes falas e lugares dos diferentes sujeitos; a combinação das diferentes estratégias de