Desigualdade racial
37,2% de pessoas matriculadas no II Segmento da Educação de Jovens e Adultos do município de Florianópolis, que se auto-declararam de cor da pele parda ou preta, no período de 2006 a 2008, em comparação ao índice de 10,8% registrado pelo censo de
2000 do IBGE para o mesmo grupo de população residente na cidade.
Desta constatação surgiu uma pergunta referente à temática da desigualdade racial: Qual o percentual dos certificados em relação aos matriculados em função da cor da pele auto-declarada?
Responder a esta pergunta e a tentativa de compreender o que pode estar sugerindo esta resposta foi a problemática condutora desta pesquisa pois, como cita
Osório (2008), para os negros, a passagem pelo sistema educacional é ainda mais importante que para os brancos, pois essa é a única forma pela qual podem eventualmente superar as desigualdades de origem, qualificando-se para aproveitar os canais de mobilidade ascendente. Mas o sistema educacional tende a reproduzir as desigualdades de origem e não a contrapô-las. (p.85)
Embora se trate de uma pesquisa quantitativa, em vez de apresentar conclusões, este trabalho trouxe mais dúvidas do que certezas. Assumiu-se a limitação de toda pesquisa quantitativa e afirmou-se a necessidade de crítica pela qual ao invés do amor à verdade, optou-se pelo amor à dúvida.
Portanto, o que se espera como resultado da reflexão sobre os dados apresentados é que favoreça o debate de caminhos e possibilidades de investigação da desigualdade racial não apenas no âmbito da Educação de Jovens e Adultos específica de Florianópolis, mas, quiçá, em cada tempo e espaço da Educação Escolar, pois a reprodução histórico-social acontece em todos os espaços e