Desigualdade Economica
A desigualdade econômica não caiu como se diz", afirma Fernando Gaiger, técnico de Planejamento e Pesquisa na Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do IPEA.
A frase é contundente. E vem de dentro do IPEA. Mais: está no site do IPEA. Mais, ainda: foi pronunciada durante o seminário A heterogeneidade estrutural e o consumo de massa no Brasil, organizado pelo IPEA no Rio de Janeiro. As principais conclusões:
1) O padrão de consumo brasileiro se aproximou e incorporou uma parcela importante da população. Pode-se dizer que a desigualdade econômica diminuiu, mas as famílias de baixa renda ficaram no mesmo patamar que antes. As maiores mudanças ocorreram na classe média da população;
2) Apesar da observada redução da desigualdade, o padrão de consumo manteve-se estável nos últimos anos;
3) Os principais fatores que levaram à queda na desigualdade foram o crescimento do crédito formal e a melhoria no mercado de trabalho;
4) Bens duráveis, como TV em cores e geladeiras, presentes nas casas dos brasileiros mais pobres passaramde 2/3 em 2003, para 90% em 2009. Destaca-se também um aumento significativo no número de liquidificadores e ventiladores nas residências de famílias pobres;
5) Considerando as despesas gerais do povo brasileiro, o investimento em bens duráveis subiu de 14% em 2003 para 16% em 2009. No mesmo período, as despesas com habitação subiram de 16% para 17% e os gastos com saúde e educação caíram de 13 para 11%. Os dados são baseados na mais recente Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009;
6) Apesar da queda gradual, o setor de alimentos e bebidas ainda é o que mais pesa na renda das famílias mais pobres e ocupa cerca de 30% dos gastos. Já as despesas com habitação e transporte aumentaram 2% para as famílias mais pobres nos últimos anos.
Numa linha similiar, o economista Ricardo Bielschowsky (UFRJ) sustenta que o Brasil precisa de produção em massa como estratégia de desenvolvimento