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POESIAS
VIVER
Eu escrevo,
Eu canto,
Rio meu riso,
Escondo meu pranto,
Só pra não desencantar,
Pois nada mais é a vida do que um belo,
Breve,
E divino encanto.
Turiaçu,verão de 1994.
POETIZANDO
Ser poeta consiste em se tecer, ao longo do tempo, a teia do amor ou da indignação.
Alguns versos são flores,
Outros, inigualáveis cristais.
Muitos são farpas de sentimentos,
Afiados como punhais.
Paço do Lumiar, primavera de 1996.
VOCAÇÃO
A função do poeta, antes de tudo, é fazer com que ninguém resista ao verbo.
De certo, sua força, sem medida, que robusta vive, rompe a manhã mais fria, vence a noite intolerantemente turva, trazendo, ao lume, o homem livre. Paço do Lumiar, inverno de 1998.
A VELHA CASA
A casa era de barro, costurada em pau-a-pique, à taipa de mão [diversas mãos a lhe forjar].
Janelas tortas.
As portas, durante o dia, eram abertas pelo hábito e, à noite, pela falta mesmo de folhas de portas para se fechar.
Mas éramos felizes!
Dividíamos a mesma caixa de madeira em que guardávamos nossas poucas vestes cosidas pelas mãos fortes da nossa mãe, que aprendeu o ofício para nos criar.