Design
O livro foi lançado em 1999 e desde então já foi reeditado várias vezes e também atualizado pelo autor: "Ao redescobrirmos o passado, não resta dúvida de que estamos também a reinventar o presente . Se os campos de estudo se transformam, o que dizer, então, dos indivíduos que os compõem?" - Prefácio à terceira edição. O livro é sob uma perspectiva do Design brasileiro, apesar de beber nas fontes de obras sobre a história do Design em geral. A perspectiva que visa enfocar a história do Design no Brasil é um tanto desafiadora, tendo em vista a própria dificuldade de definição do campo, a falta de pesquisas na área, a posição tardia e marginal que o Brasil ocupa e as características da natureza do campo, interdisciplinar, de perspectiva múltipla.
Cap. 1 - Introdução
História e design
A história não trata de acontecimentos do passado de maneira geral e sim de acontecimentos importantes, os que contribuíram para mudanças na sociedade. Quem escreve a história? Com base em quais critérios?
Tais perguntas remetem a subjetividade de cada lugar onde a história é contada, de forma que há sempre múltiplas versões, olhares, valores etc.
Ao longo dos tempos, uma versão de "fatos" contada pode sofrer muitas mudanças, como com um telefone sem fio, já que cada testemunha do incidente tem sua forma de pensar, valores, matizes de comportamento e psicologia diferentes, além de suas experiências anteriores. Todo fato histórico possui inúmeras fontes e formas de interpretar, por isso, cabe ao historiador selecionar e avaliar a forma e os fatos de maior relevância, além da delicada tarefa de interpretar e contar.
A versão histórica é uma contínua construção e a época em que uma versão é contada influencia na forma como ela é passada. Há aqui uma contradição: se a história é uma construção, então nehuma delas é definitiva. Repensar a história do Design pra quê? Para não cair no erro que a valha máxima afirma: "quem não conhece a história pode repetir os