Design e desempenho na indústria brasileira de eletrodomésticos
Autoria: Marcia Bergmann Moraes, Jorge Ferreira da Silva
Resumo O design tem obtido destaque e respeito nas organizações baseado muito mais em evidências qualitativas do que em aspectos tangíveis. Essa lacuna na mensuração das contribuições do design para o desempenho motivou a realização dessa pesquisa, cujo objetivo principal foi identificar se empresas que adotavam o design efetivo como estratégia competitiva apresentavam desempenhos superiores. Para tal, foi necessário compreender as relações entre desempenho e os fatores de integração do design à gestão das organizações. Os dados primários foram obtidos a partir da aplicação de questionários na indústria de eletrodomésticos e, com as respostas de 67 empresas, o que representou uma taxa de retorno de 88%, foram realizados os testes de Estatística Clássica. Seus resultados indicaram que os grupos de empresas que se encontravam nos estágios mais avançados de adoção de design estão trilhando um caminho promissor, uma vez que apresentaram desempenho superior à média da indústria de eletrodomésticos no Brasil. Introdução O design tem conquistado destaque e respeito nas organizações ao deixar de ser percebido como um atributo extra, meramente estético, para ser adotado como uma estratégia para tornar as empresas mais competitivas (CNI-PBD, 1998). Como uma ferramenta de gestão e não só como um acabamento final, o design possui a capacidade de transformar processos e produtos em toda a sua complexidade. Kotler (1995) afirma que design é um processo para otimizar a satisfação do consumidor e a lucratividade da empresa através do uso criativo dos principais componentes do design – desempenho, qualidade, durabilidade, aparência e custo – associados a produtos, ambientes, informação e identidade corporativa. Desde o artigo “Design: uma ferramenta poderosa, porém negligenciada”, de autoria de Kotler & Rath (1984), o design se desenvolveu no que se refere à