Desenvolvimento sustentável
ASPECTOS CONCEITUAIS E QUESTÕES CONTROVERSAS*
Paulo Jorge Moraes Figueiredo
Professor e pesquisador da Universidade Metodista de Piracicaba . Unimep.
Coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Meio Ambiente, Energia e Sociedade .Niemaes/Unimep. pfigueir@unimep.br Resumo
O debate ambiental da atualidade tem como elemento central a evidência de que a dinâmica imposta pelo homem no planeta não se sustenta a longo prazo e, em decorrência, há de se buscar modelos de sociedade compatíveis com os limites ambientais. Ainda no bojo deste debate são evidenciadas as diferentes responsabilidades entre os povos no agravamento dos problemas ambientais e as diferenças de percepções acerca das questões ambientais.
As Conferências das Nações Unidas, de Estocolmo 72 a Rio-92, a despeito de terem contribuído para o debate ambiental no âmbito global, não conseguiram avançar na proposição de estilos de sociedade ambientalmente adequados e com possibilidades reais de serem adotados por todos os povos, respeitando as características históricas e culturais de cada sociedade. Portanto, a sustentabilidade ambiental das sociedades é o tema central do debate ambiental.
Concebido com a intenção de acomodar os anseios tanto dos ricos quanto dos pobres, o conceito de desenvolvimento sustentável proposto pelas Nações Unidas tem sido severamente criticado em função de suas contradições internas, que o tornam inconsistente, e por não apresentar um caminho possível para todos os povos. Segundo pesquisadores e pensadores da atualidade, a lógica capitalista na qual se insere o conceito de desenvolvimento sustentável é justamente a responsável pelo uso predatório dos recursos naturais, pela exploração e exclusão social e pela submissão da maior parcela da população aos interesses de parcelas menores (grupos sociais, nações ricas e militarmente poderosas).
Essa lógica de dominação exclui ainda qualquer possibilidade de solidariedade entre os povos, além