Desenvolvimento, conflitos e impactos ambientais: a territorialização da Suzano e a resistência camponesa na mesorregião Leste Maranhense
7365 palavras
30 páginas
DESENVOLVIMENTO, CONFLITOS E IMPACTOS AMBIENTAIS: A TERRITORIALIZAÇÃO DA SUZANO E A RESISTÊNCIA CAMPONESA NA MESORREGIÃO LESTE MARANHENSEDEVELOPMENT, CONFLICT AND ENVIRONMENTAL IMPACTS: THE TERRITORIALIZATION OF SUZANO AND PEASANT RESISTANCE IN THE MESORREGIÃO LESTE MARANHENSE
Danniel Madson Vieira Oliveira – UFF1; José Arnaldo dos Santos Ribeiro Junior – USP2; Saulo Barros da Costa – UFPE3;
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RESUMO: Este artigo visa compreender o processo de territorialização da empresa Suzano Papel e Celulose na Mesorregião Leste Maranhense, bem como os conflitos e impactos ambientais (apropriação de terras comuns, poluição hídrica, supressão da vegetação originária) oriundos do desenvolvimento de suas atividades sobre territórios camponeses nos municípios de Anapurus, Milagres do Maranhão, Santana do Maranhão, Santa Quitéria do Maranhão e Urbano Santos. Baseado neste artigo e outros referenciais teóricos entende-se a Suzano como um poderoso agente econômico monopolista que transforma o território a partir de relações sociais capitalistas de produção (trabalho assalariado, a agricultura empresarial, etc.) com a finalidade de realizar os seus objetivos (aumento do lucro, da receita, da valorização de mercado). Dessa forma, o processo de territorialização da Suzano é analisado de maneira multiescalar como produtor de conflitos no escopo do desenvolvimento geográfico desigual do capitalismo. A seleção do universo empírico, que diz respeito à escolha dos povoados, levou em consideração o confronto de lógicas distintas de apropriação do território. Ou seja, opera-se com o pressuposto de que existe, por um lado, a lógica territorial dos grupos sociais atingidos (os camponeses, que concebem a terra como base para reprodução da família e do seu modo de vida específico) e, por outro lado, a lógica daqueles que gerenciam os projetos de desenvolvimento (caso do setor de silvicultura do qual a Suzano é um dos agentes econômicos monopolistas). Assim, o conflito, que configura