Desenho Infantil
Neste desenho a criança está interessada em representar não só o que vê, mas tudo o que “ali existe “, dando a cada objeto a sua forma exemplar. Por isso, a criança utiliza processos variados como a descontinuidade, a transparência, o rebatimento e a mudança de pontos de vista. A descontinuidade consiste em a criança desenhar, por exemplo, alinha de chão, não apoiando os objetos sobre ela. A transparência refere-se à representação das partes ocultas de um objeto, como no cado do interior e do exterior de uma casa ou do corpo da figura sob as roupas. Para representar as diferentes faces do objeto, a criança planifica-as. Conforme Piaget, é necessário que a criança inicia a construção paralela de relações ( perpectivas com projeções e seções) e euclidianas ( proporções e distâncias) para representar o espaço. Veja a imagem abaixo. A cor tem um papel realista, isto é, ela é essencial ao objeto. A criança não usa matizes de cores, mas constrói uma representação de cor genética para cada categoria de objetos. O uso da cor relaciona-se ao conhecimento que a criança tem dos objetos. Brent Wilson observa que, geralmente, o adulto representa no desenho objetos e pessoas de um único ponto de vista, a criança é totalmente diferente, ela não se restringe a esta visão e desenha o que vê e o que não vê, de muitos pontos de vista e acrescenta que Segundo Luquet este fenômeno é chamado de Realismo Intelectual – referindo-se ao fato da criança ter a intenção de desenhar, num certo estágio, tudo o que conhece sobre um objeto.
Imagem 5
No realismo visual, a criança abandona as estratégias utilizadas no estágio anterior. Neste desenho a transparência dá lugar à opacidade, ou seja, a criança representa apenas os elementos visíveis do objeto. O rebatimento e as mudanças de ponto de vista se coordenam dando inicío à perspectiva. Os objetos passam a ser representados de acordo com uma nova construção, a perspectiva, e os detalhes agora têm por