descolonização africa
O novo olhar da antropologia:
Na Antropologia, o objetivismo como ferramenta conceitual única capaz de descrever uma cultura foi o modelo de análise utilizado pelos pesquisadores ao partirem para o trabalho de campo
Não necessariamente que este modelo tenha constituído a prática de todos os antropólogos clássicos, mas era o modelo em evidência nos primórdios da disciplina (a era imperialista).
A introdução da busca pelo ponto de vista nativo, por Malinowsky, veio como ferramenta conceitual capaz de abalar, em parte, a dureza do objetivismo empírico, uma vez que se apropriava e deixava de lado a mera descrição. Porém, como argumenta Trigueiro, “a prática antropológica privilegiou o ponto de vista do autor sobre o nativo, o que foi muito recorrente no período colonizador” (2006, p. 510) ou imperialista, de que tratamos na unidade anterior. Ou seja, mesmo que abalado o objetivismo científico, o etnocentrismo ainda exercia uma forte influência.
A antropologia clássica, sob a ótica de Renato Rosaldo (apud Trigueiro, 2006), estava imersa em uma discussão que não incluía o contato cultural (leia-se o contato dos imperialistas com os povos subjugados) como foco principal de análise. Ou seja, à antropologia clássica (e por clássica referimo-nos à antropologia do início do século XX, o auge do imperialismo) não interessavam as mudanças culturais elaboradas e constituídas após o contato entre diferentes culturas.
A antropologia clássica tinha como foco principal o estudo de culturas tidas como isoladas e considerava – isso é muito importante – que, mesmo imersas em um universo dominado pela