Descartes
René Descartes, Discurso do Método, trad. de Newton de Macedo, Lisboa, 1988, Livraria Sá da Costa Editora, pág. 27.
TEXTO 2. “A meditação que fiz ontem mergulhou-me em tamanhas dúvidas que não as posso esquecer mais, nem vejo como se podem resolver. Como se tivesse caído inesperadamente num redemoinho de águas profundas, estou tão perturbado que não posso pôr pé firme no fundo, nem nadar para a superfície. Contudo, esforçar-me-ei e tentarei de novo (…)”.
Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira, tradução de Gustavo de Fraga, Livraria Almedina, Coimbra, 1985, pág. 117.
TEXTO 3. «Notei, há alguns anos já, que, tendo recebido desde a mais tenra idade tantas coisas falsas por verdadeiras, e sendo tão duvidoso tudo o que depois sobre elas fundei, tinha de deitar abaixo tudo, inteiramente, por uma vez na minha vida, e começar, de novo, desde os primeiros fundamentos, se quisesse estabelecer algo de seguro e duradouro nas ciências. Então, hoje, (…) vou dedicar-me, por fim, com seriedade e livremente, a destruir em geral as minhas opiniões.
Para isso não será necessário mostrar que todas são falsas, o que possivelmente eu nunca iria conseguir. (…) Não tenho de percorrê-las cada uma em particular, trabalho que seria sem fim: porque uma vez minados os fundamentos, cai por si tudo o que está sobre eles edificado, atacarei imediatamente aqueles princípios em que se apoiava tudo o que anteriormente acreditei.
Sem dúvida, tudo aquilo que até ao