Descartes

3119 palavras 13 páginas
OS SENTIDOS EM DESCARTES: FONTE DE ERRO OU DE CONHECIMENTO

OS SENTIDOS EM DESCARTES: FONTE DE ERRO OU DE CONHECIMENTO

Leandro Santos da Silva* Manoel Messias de Oliveira**

RESUMO O objetivo deste ensaio é analisar a idéia que René Descartes tem dos sentidos, nas obras: Discurso do Método e As Regras Para a Direção do Espírito, buscando uma releitura da afirmação feita pelo filósofo de que os sentidos são fontes de erro, ou seja, que eles nos enganam. Na Meditação Primeira da obra Meditações, o filósofo diz que tudo aquilo que havia recebido e que ele mesmo julgava como verdade e também como algo seguro, aprendera dos sentidos ou através dos mesmos, mas segundo Descartes em alguns momentos a experiência adquirida desta forma, pelos sentidos foi enganadora, sendo assim fonte de erros, e por isso ele diz que não devemos confiar inteiramente naquilo que para nós já foi fonte de enganação. Mas ao analisarmos as obras citadas, surgiram alguns questionamentos acerca deste assunto: Os sentidos são realmente fonte de erro e enganação para Descartes? Será que nas entrelinhas foi isso mesmo que ele quis dizer sobre os sentidos? PALAVRAS-CHAVE: Sentidos. Erro. Conhecimento.

INTRODUÇÃO René Descartes (31 de Março de 1596, La Haye en Touraine, França — 11 de Fevereiro de 1650, Estocolmo, Suécia), por vezes chamado de "o fundador da filosofia moderna" e o "pai da matemática moderna", é considerado um dos pensadores mais importantes e influentes da História do Pensamento Ocidental. Inspirou contemporâneos e várias gerações de filósofos posteriores; boa parte da filosofia escrita a partir de então foi uma reação às suas obras ou a autores supostamente influenciados por ele. Muitos especialistas afirmam que a partir de Descartes inaugurou-se o racionalismo da Idade Moderna - enquanto que décadas mais tarde se assentaria nas Ilhas Britânicas, através de John Locke e David Hume, principalmente, um movimento filósofico, em muitos aspectos diverso do desencadeado por

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