Desamparo Aprendido
O indivíduo com depressão costuma encarar suas experiências como irreversíveis, como fracassos ou privações totais. Ele não é capaz de perceber a real dimensão de suas contingências vividas.
Seligman (l975) utiliza o termo "desamparo aprendido", que é um fenômeno de laboratório, como modelo explicativo para determinadas formas de depressão, particularmente aquelas precipitadas por acontecimentos que representam para o indivíduo a perda de importante fonte de satisfação.
Segundo esse modelo, tais depressões decorreriam de uma reação à perda de controle e previsibilidade sobre gratificações e sobre a diminuição do sofrimento. Pode-se dizer, então, que a exposição aos eventos aversivos incontroláveis poderá ser extremamente traumática, a ponto de o indivíduo aprender que as situações do ambiente não estão sob seu controle.
Como consequência a pessoa passa a atuar menos no meio, o que significa que emitirá menos respostas e, em decorrência disso, será pouco reforçado, formando-se assim o padrão de falta de reforçadores.
No que se refere à depressão em seres humanos, alguns desencadeadores se enquadram na definição de eventos incontroláveis (que acontecem independentemente das respostas do indivíduo), como a morte de um ente querido, a perda de um emprego, dificuldades financeiras, impossibilidade de alterar uma situação de vida insatisfatória, rejeição ou separação de amigos e pessoas amadas, fracassos, entre outros.
Foram formuladas algumas hipóteses para explicar o Desamparo, dentre as quais a mais difundida é do Desamparo Aprendido, que sugere que o indivíduo aprende que não há relação entre suas respostas e o que acontece no meio.
Em decorrência disso, a adaptação às novas contingências ambientais poderá tornar-se extremamente difícil para ele. O crítico na hipótese do desamparo é a "expectativa" de impossibilidade de controle sobre o meio.
Essa hipótese pressupõe que os sujeitos aprendem que os