DESAFIOS DA AGRICULTURA BRASILEIRA A PARTIR DA AGRICULTURA DE PRECISÃO
José Paulo Molin1
O que é E para que serve a agricultura de precisão
Qualquer pequeno agricultor conhece em detalhes a sua roça. No entanto, ao considerar-se uma propriedade de 500 ou 5.000 hectares, é pouco provável que haja um controle no mesmo nível de detalhamento. À medida que as pro-priedades foram crescendo em tamanho, esse detalhamento foi sendo deixado de lado. Atualmente se pratica a agricultura “pela média”. Faz-se a amostragem de solo e um resultado vale para todo talhão, ou até para a propriedade inteira, e na colheita diz-se que a propriedade produziu tantos sacos por hectare. No entanto, essa agricultura pela média esconde muita coisa. Um mapa de produtividade, que é um bom ponto de partida para quem quer entender e praticar Agricultura de Precisão, mostra informações surpreendentes. As lavouras em geral apresentam manchas de produtividades extremamente variadas. Por-tanto, o que se pratica nos dias de hoje é uma simplificação estri-tamente de ordem prática, por falta de recursos técnicos para maior detalhamento.
A proposta da agricultura de precisão é permitir que se faça aquilo que o pequeno agricultor sempre fez, porém em larga escala e associando todo o conhecimento acumulado pelas ciências agrárias até hoje. A idéia básica é de que o agricultor possa inicialmente identificar as “manchas” de altos e baixos de cada talhão e depois vir a administrar essas diferenças. Para que isso seja possível é necessário um bom grau de automatização que, por sua vez, está fundamentada em tecnologias modernas, muitas delas apenas adaptadas para o meio agrícola. Exemplos disso são o GPS, a informática, com seus com-putadores e programas específicos, e muitos dos sensores e contro-ladores utilizados nas máquinas agrícolas.
Analisando tudo sob essa ótica, é fácil de se conduzir a uma definição mais atual para a agricultura de precisão. Numa primeira fase ela era vista