depressão maior
Depressão maior: da descoberta à solução?
Lenita Wannmacher
ISSN 1810-0791 Vol. 1, Nº 5
Brasília, Abril de 2004
Resumo
Depressão maior é um distúrbio afetivo freqüente, sério, incapacitante e tratável. Muitas vezes não é diagnosticado e, quando o é, pode não receber manejo adequado. Cada vez mais o manejo da depressão deve ser feito no âmbito da atenção primária à saúde. Para formas mais leves de depressão, tratamentos psicológicos estão indicados. Nas formas mais graves, recomendase farmacoterapia, coadjuvada por abordagens psicológicas. Todos os antidepressivos estudados apresentam eficácia similar.
A seleção de diferentes representantes orienta-se por outros critérios, dentre os quais se salienta a segurança. Antidepressivos com perfil mais favorável de efeitos adversos são preferíveis. Não há evidência de eficácia e segurança de antidepressivos na criança. Esses fármacos são seguros na gestação e no pós-parto. Nos idosos, deve-se atentar para esquemas de baixas doses e para potenciais comorbidades e interações farmacológicas. Em casos de falha terapêutica, é conveniente a substituição do tratamento, embora haja esparsa evidência sobre a alternativa preferível.
Introdução epressão maior, um dos distúrbios afetivos, é encontrada com freqüência na população, tendo maior incidência em mulheres, com caráter familiar, e apresentando episódio único ou forma recorrente. Sua identificação - nem sempre feita - reveste-se de importância, na medida em que é problema comum, sério, incapacitante e tratável.
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Calcula-se que, em um dado momento, de 13 a 20% da população apresentem algum sintoma depressivo, e que de 2 a 3% tenham suas atividades diárias seriamente prejudicadas pelo distúrbio
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2 afetivo . Levantamento norte-americano revelou que 16,2% de 9090 respondentes preenchiam critérios para depressão (10,4% leve,
38,6% moderada, 38,1% grave e 12,9% muito grave). Embora 51,6% recebessem tratamento específico, este somente se