depressao
Depressão, antidepressivos e sistema imune: um novo olhar sobre um velho problema
Depression, antidepressants and immune system: a new look to an old problem
Luciana V ismari1, Glaucie Jussilane Alves2, João Palermo-Neto3
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Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Comportamento do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (NeC-IP/USP).
Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Patologia Experimental e Comparada do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia da Universidade de São Paulo (VPT-FMVZ/USP).
Professor livre-docente titular do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (VPT-FMVZ/USP).
Recebido: 07/02/2008 – Aceito: 14/05/2008
Resumo
Contexto: A hipótese monoaminérgica da depressão não responde a uma série de questões, tais como “quais as causas dos distúrbios monoaminérgicos?” e “como explicar uma taxa de 30% de refratariedade aos antidepressivos?”. Sendo assim, outras teorias têm sido propostas, entre elas, aquelas que enfocam as participações dos sistemas imune e endócrino. Objetivos: Analisar criticamente o papel do sistema de resposta imunoinflamatória na depressão e discutir a interação dos antidepressivos com esse sistema, tanto do ponto de vista básico como clínico. Métodos: Realizou-se pesquisa bibliográfica utilizando-se as bases de dados MedLine e SciELO. Resultados: Pacientes vítimas de estresse crônico e depressão apresentam ativação das respostas imunoinflamatórias e do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, os quais, direta ou indiretamente, influenciam a neurotransmissão. Nesse sentido, a utilização de antidepressivos não apenas aumenta a disponibilidade de neurotransmissores na fenda sináptica, mas também induz mudança do padrão de resposta imune Th1 – pró-inflamatório – para o Th2, que é antiinflamatório. Além disso, sabe-se que pacientes não responsivos aos