DEMOCRACIA
A Democracia Contemporânea Lord Russel, o reformista do liberalismo inglês, afirmou certa vez: “Quando ouço falar que um povo não está bastantemente preparado para a democracia, pergunto se haverá algum homem bastantemente preparado para ser déspota”. Com a mesma ironia, Churchill exclamava: “A democracia é a pior forma de todas as formas imagináveis de governo, com exceção de todas as demais que já se experimentavam”. Nesse sentido, iniciamos dois debates de grande importância no contexto acadêmico e político atual: até que ponto a democracia é verdadeira? Quais são as teorias democráticas modernas e suas reflexões acerca da realidade brasileira? “Se houvesse um povo de deuses, esse povo se governaria democraticamente”. Com essas palavras, Rousseau, em Contrato Social, define o alto de grau de perfeição dessa forma de governo, maneira como Aristóteles se referia à democracia.
E foi lá, na Grécia, que a democracia direta surgiu. Principalmente na cidade-estado de Atenas, onde os cidadãos gregos se reunião em torno da Ágora, a praça pública, o recinto da nação, para o exercício direto e imediato do poder político. Toda cidade que se prezasse mantinha sua Ágora, o nosso parlamento atual, em posição importante dentro do plano urbano.
No entanto, discute-se muito sobre o paradoxo da democracia direta grega, já que apenas ínfima parte da população estava a participar das decisões políticas na Ágora. Nitti definiu tal modelo da Antiguidade Clássica como uma democracia minoritária, já que apenas o cidadão livre grego poderia explanar seus pensamentos em praça pública.
Da concepção de democracia direta da Grécia passamos à concepção de democracia indireta caracterizada pela presença, não mais da praça pública ateniense, a Ágora, mas sim um parlamento, isto é, um sistema representativo. Nesse sentido, dizia um dos primeiros teóricos da democracia moderna, Montesquieu, que o povo era excelente para escolher, mas péssimo para governar.