Democracia e sociedade civil no brasil
Para Duriguetto (2007), no período da transição política havia uma visão heterogênea da sociedade civil como campo teórico em tela. A autora aponta para Coutinho, Chauí e Weffort como três desenhos de democracia que sustentaram diferentes projetos políticos.
Para Coutinho (1979), no artigo “Democracia como valor universal”, se coloca o modelo de democracia de massas, em que o restabelecimento do Estado de direito é visto apenas como ponto de partida para o processo de democratização. O autor parte de pressupostos marxistas no conceito de sociedade civil e concebe a democracia como sinônimo de defesa do interesse comum. Na perspectiva de Coutinho existe a afirmação de um vínculo indissolúvel entre socialismo e democracia, como uma democracia pluralista e organizada de massas.
Weffort (1984), afirma que é na predominância da participação e da direção sócio-política da sociedade civil, nos espaços institucionais democráticos que está a possibilidade de emergência da democracia e de uma revolução. Na sua análise, “o sentido da revolução no Brasil é o de criar a democracia” (1984, p.118) e o sentido revolucionário da democracia está na “predominância de mecanismos da representação direta sobre os de representação”. Ou seja, “representação e participação direta são duas formas de participação popular que aprimoram a democracia e capacitam para construir-se como espaço de transformação na sociedade” (1984, p.120). Para Weffort, o processo de democratização dependeria da ampliação da participação da sociedade civil nas decisões do Estado.
Já para Marilena Chauí, a democracia teria como ponto fundamental a organização autônoma das reivindicações coletivas, que devem ser exigidas da autoridade pública em intermediações das representações políticas – partidos e representantes eleitos. É destacada a heterogeneidade das ações coletivas quanto aos seus objetivos e formas organizativas que renovam padrões culturais. O campo de lutas