Democracia Versus Rep blica
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O texto ocupa-se da disparidade de duas figuras, estas da ordem da politica, a república e a democracia. Disparidade e aproximação até à dependência reciproca: estas sãos as linhas de força de um texto de alta voltagem. A imagem de Tocqueville é evocada pelo jogo entre a severa disciplina aristocrática das virtudes republicanas e o ímpeto desejante da mobilização democrática das carências - carências que não se esgotam na dimensão econômica, mas avançam para o domínio da política, ao se traduzirem em demandas de reconhecimento e fruição. Pois república e democracia não se confundem para Renano Janine nem mesmo são meramente complementares, embora não vivam uma sem a outra. Como regime de poder temperado pela virtude a república tem longa tradição, seu aprendizado é do mando e da disciplina, e já se fez historicamente. Resta a tarefa mais difícil: converter em formação política no sentido mais fundo do termo a turbulência da democracia, esse regime do desejo, na democracia, desejamos ter e ser mais. Com a república, aprendemos a conter nossos desejos. Há uma tensão forte entre os dois princípios, mas um não vive sem o outro, sustenta Renato Janine. Pois é nela que pode encontrar freios para a cadeia sem fim do desejo, do não ter, do não ser. “Ao apontar a virtude da republica como regime de autocontenção, estou afirmando a necessidade de que os desejos, para realizarem uma democracia ampliada, aprendam a educar-se segundo hábitos que são inicialmente aristocráticos” escreve.
A respeito da república, Janine distingue dois sentidos para esse termo. O primeiro, genérico, designa a coisa pública o bem comum. O outro, mais específico, denota um regime oposto à monarquia, no qual a população elege seus governantes por meio de eleições. A partir do século 18, o confronto entre os ideais monárquicos e republicanos não só extinguiu grande parte das monarquias, como converteu os soberanos remanescentes em chefes de Estado de regimes parlamentaristas, nos quais o