Democracia cristã
A expressão "Democracia Cristã" foi usada pela primeira vez em França, no ano de 1871, pelo então Bispo de Lyon, Lamourette. Naquela altura, este bispo católico não pretendia exprimir com este conceito uma forma de organização política dos cristãos, mas sublinhar o contraste entre os fiéis de uma nova Igreja democrática e popular e de uma Igreja aristocrática e elitista oriunda dos velhos tempos, onde a França ainda tinha como sistema político uma monarquia absoluta. Este pensamento político só apareceu e tomou forma em meados do século XIX, quando um número significante de pensadores católicos, incluindo alguns sacerdotes, apoiaram e aderiram publicamente aos regimes liberais fundamentados numa Constituição. Em nome da doutrina cristã, eles começaram a colocar-se do lado dos direitos do Homem e contra o absolutismo do Antigo Regime. Após a formação deste específico pensamento político cristão, surgiram também rapidamente os primeiros partidos católicos em países da Europa. Estes partidos tinham objetivos semelhantes que eram a luta pelos direitos da Igreja Católica e pela liberdade religiosa e de ensino e a defesa contra o radicalismo protestante. Nos países onde o catolicismo se predominava ao ponto de confundir-se muitas vezes a Igreja e o Estado, como era o caso de Portugal, Espanha e Itália, não se verificaram ainda o aparecimento destes partidos de inspiração cristã. Na maioria dos casos, eles só apareceram nos inícios do século XX nestes países profundamente católicos.
Ao final da Segunda Guerra Mundial, Konrad Adenauer na Alemanha, e Alcides de Gasperi, na Itália, organizaram e formularam essa doutrina política, com o objetivo central de construir uma sociedade livre, justa e solidária. Chamaram-na de Democracia Cristã e fundamentaram sua base nos valores humanísticos do Cristianismo: Liberdade, Justiça e Solidariedade. Essa proposta surgiu como um movimento político autodenominado como distinto dos que até então se