DELEUZE E A EDUCAÇÃO

A educação tradicional, muitas vezes voltada para os conteúdos em si mesmos, parece não reconhecer, ou prefere ignorar, as implicações da ausência de significação da aprendizagem da sala de aula com os problemas do cotidiano. No Brasil, observa-se quase uma regra deste fenômeno em nosso sistema educacional, atingindo até mesmo a maior parte de seu ensino superior. Para além das implicações políticas da questão, observa-se que muitas vezes a educação brasileira tem servido para se estagnar a capacidade criativa ao invés de provocá-la.
A mera repetição de fórmulas e conceitos da educação tradicional parece ignorar a capacidade criativa dos alunos. Somos, na maior parte das vezes, condicionados à meros mecanismos de perpetuação do status quo. Ao invés disso, a educação deveria ser como uma ferramenta que permiti ao aluno redescobrir o mundo a sua volta. A educação deveria servir para todos, mesmo as pessoas mais simples deveriam ver na educação como uma possibilidade, e não uma mera reprodução de discursos sem significação.
A educação pode ser agente de transformação das pessoa e do mundo. Por meio do incentivo a criação, é possível gerar um ambiente capaz de transformar o mundo interior e exterior dos alunos. A educação, longe de restringir o intelecto, deveria ser capaz de fazer proliferar as experiências de pensamento. Deveria propiciar uma reaprendizagem de visão de vida: um olhar ao mundo.
A educação pode ser utilizada tanto para a manutenção do status quo como para a transformação do mundo. Ao deslocar o foco acadêmico abstrato para o campo concreto dos acontecimentos é possível reaprender ver o mundo. Além disto, por meio do esforço criativo, este enfoque permite a superação da cristalização do pensamento, que passa desapercebido em nosso cotidiano.
Desta maneira, fica claro que a rigidez dos métodos tradicionais de ensino é incapaz de atender às demandas do homem moderno na busca de seu caminho mundo. O modelo de ensino tradicional brasileiro, na