Deixe-me viver.
DEIXE-ME VIVER: UMA HISTÓRIA DE ADOÇÃO
VITÓRIA
2012
Segundo Brandão e Gonçalves (2004), a questão de como lidar com crianças órfãs e abandonadas existe há muito tempo. Desde a Antiguidade, os povos conviveram com a questão do abandono e com os atos jurídicos para a criação de laços de parentesco.
A sociedade romana era regida por rituais, pelos quais o direito a vida era concedida pelo pai através de um deles. Este ritual consistia no reconhecimento do pai para com o filho. Segundo a história, se o pai desejasse reconhecer o filho, ele o colocaria em seus braços, caso contrário, a criança era deixada na rua. Para os gregos, a adoção era vista como um resultado de necessidades jurídicas e religiosas. Isto acontecia, pois havia a necessidade de não deixar a família se extinguir. Como a herança da família só podia ser deixada para um herdeiro direto, eles consideravam que adotando um estranho, este poderia ser convertido em um filho legítimo. Na Idade Média, a ideia da adoção não era muito aceita, devido à afirmação de que esta era o oposto ao casamento. Segundo o clero, se as pessoas podiam gerar filhos não naturais para a imitação da natureza e para o futuro amparo delas na velhice, podiam por conseguinte, dispensar o matrimônio.
Na Idade Moderna, com a Revolução Francesa, o retorno da adoção ocorreu com um interesse um pouco maior do adotado, além da ocasião da morte dos pais. Brandão e Gonçalves (2004), discrevem que na Inglaterra, do ponto de vista jurídico, a adoção não era considerada legal. Historicamente, observa-se que durante séculos o nascimento de um filho não legitimo era totalmente e reprovado e abolido. Como consequência, havia muitos abordos, infanticídios e nascimentos clandestinos, que acabavam em casos de abandono ou de crianças cedidas pelos pais genéticos.
Na atualidade, “Deixe-me viver”, conta a história de Ingrid Magnussen, uma bela artista plástica, de espírito rebelde e independente,