Defesa do caso dos exploradores de caverna
O dom gratuito da vida pertence a Deus e somente Ele pode decidir sobre ela. Estamos nós aqui querendo usurpar do Senhor este poder?
Ou estamos nós aqui querendo nos igualar aos criminosos comuns, tirando a vida de 04 pessoas que custou a vida de 11 vítimas (10 trabalhadores da operação de salvamento e mais o seu amado companheiro que serviu-lhes de ração).
Estes quatro íntegros cidadãos tiveram a infelicidade de verem-se obrigados a cumprir um mal fadado acordo; acordo este, proposto pela própria pessoa que mais tarde tornar-se-ia a única opção de fonte de alimento para estes quatro sobreviventes.
Isto faz-me recordar do caso* de Davi quando, fugindo da perseguição empreendida pelo Rei Saul, adentrou-se no Templo e alimentou-se com os pães da proposição, que não era lícito a ele comer (Mt12.3,4; 1Sm21.1,6). Este ato ilícito era punido com a morte. No entanto, Davi não foi punido, porque o Senhor julgou que Davi agira impulsionado pelo ''estado de necessidade'' que obriga o indivíduo a agir conforme seus instintos naturais de sobrevivência. Entendeu o Senhor que a necessidade de Davi alimentar-se era mais importante do que obedecer aos rígidos regulamentos sacerdotais de seu povo.
Vem-me à memória, também, outro caso* deste mesmo Davi, só que agora já como Rei, quando ele comete adultério com Bate-seba e, para assumí-la, manda matar Urias, seu marido (2Sm11.2,17).. E, mesmo assim, o Senhor não puniu-o com a morte (2Sm12.13).
*(Estes dois casos estão inscritos na Bíblia Sagrada, conforme referências citadas).
Não estou querendo com isso, ser conivente com a desobediência ao código de leis do nosso Direito Positivo; de forma alguma! Quero, sim, mostrar que o indivíduo pode infringir a letra da lei sem infringir o espírito da lei, como é a situação dos dois casos relatados acima. Também quero convocá-los a usar o discernimento e a compaixão na aplicação da lei.
Alerto-vos que eles apenas seguiram as regras de um