Defesa no caso dos exploradores de caverna
Dentro de uma sociedade onde existem regras a serem cumpridas para a boa convivência e conservação da vida, a coerção serve como exemplo para que outros não cometam determinadas condutas que atentam contra o bem estar e, ou mesmo, contra a vida. Pois ao ceder a sua liberdade ao Estado o homem dá a ele os poderes de coerção contra quem invade o seu espaço de liberdade e o fere de algum modo, como também limita este mesmo homem a viver a sua liberdade sem a invasão à liberdade do próximo, caso contrário também estará sujeito às punições do Estado. Tendo o Estado o poder de punição, de violência contra quem contraria suas regras, aquele pessoas que as respeita resta à proteção estatal contra os violadores - contra os que têm condutas irracionais, que somente prezam a sua própria liberdade e menosprezam a dos outros. No entanto, no caso dos exploradores, por mais que estivessem dentro do território estatal, consequentemente sob seu poder, estavam fora do alcance da sociedade; estavam presos não somente em uma caverna, mas dentro de uma situação de medo e necessidade. Seu único contato social era o rádio, mas o Estado ao invés de aproveitar o instrumento como um meio eficiente de comunicação, fez dele um instrumento de silêncio, pois das perguntas e pedidos feitos poucas foram respondidas e quase nenhum, atendidas. Em estado de extrema necessidade, no qual se viam às portas da morte, do desconhecido; no momento em que sentiam o cansaço e a dor da falência lenta de seus corpos, como podiam ser racionais? Como podiam pensar que o ato que cometiam seria visto como uma atrocidade diante da sociedade? Será que para eles a atrocidade não seria morrerem todos agonizando? Quando os membros da expedição de salvamento não lhes responderam sobre o que achavam do fato de um de seus companheiros ser sacrificado para a subsistência dos demais e sobre os métodos empregados para decidir quem iria para o sacrifício, os exploradores