Defeitos periódicos nos fios
Introdução
Filipe Rodrigues
Departamento
de Investigação e Análise de Defeitos
A falta de qualidade e a presença de defeitos nos fios podem resultar na perda de clientes.
Normalmente, reduzem a margem de lucro e, a longo prazo, prejudicam seriamente o sucesso empresarial das fiações, tricotagens e tecelagens. Por isso, hoje em dia, o objectivo de uma fiação bem-sucedida é produzir, em estreita parceria com malheiros e tecelões, fios de elevada qualidade, de forma económica, algo que só é possível com uma utilização orientada e controlada da matéria-prima na fiação.
como o tipo de fiação (cardado, penteado), influenciam, decisivamente, a regularidade dos fios.
No que diz respeito às fibras naturais, nomeadamente o algodão, a contínua e progressiva evolução dos métodos de controlo das ramas – desde que se iniciaram procedimentos relativos à classificação e normalização nos EUA, até aos métodos mais recentes de classificação através de equipamentos (Figura 1), passando por técnicas agrícolas e genéticas de desenvolvimento e selecção de novas espécies – permite produzir fios de algodão muito mais regulares.
Para que os fabricantes de tecidos utilizem os fios de modo adequado é, igualmente, importante que disponham de toda a documentação relativa à qualidade dos fios a serem processados, que não deve ser apenas compreensível pelos peritos em fiação.
Desde sempre que nas indústrias de fiação de fibras têxteis existiu a preocupação de conceber fios cada vez mais regulares, ou seja, fios que mantenham exactamente o mesmo perfil
(aspecto) e as mesmas propriedades (massa linear, torção, resistência à rotura, pilosidade, imperfeições, etc.) ao longo de todo o seu comprimento. São estas as características dos fios que irão permitir classificá-los como sendo de boa ou má qualidade.
A qualidade de um fio depende essencialmente de três factores:
- matéria-prima, designadamente das suas