Debate –Eficácia da Cooperação Internacional: Easterly & Birdsall

Rio de Janeiro, 10 de Outubro de 2014

Maria Paula Maculan
Debate –Eficácia da Cooperação Internacional: Easterly & Birdsall

Muito tem-se debatido sobre a eficácia da ajuda internacional para o desenvolvimento (AID) desde a virada do século. Marcada por diversas conferências internacionais, a preocupação com a eficácia da ajuda ganhou destaque especialmente a partir de 2002, na Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (México), que estabeleceu o Consenso de Monterrey. Um dos resultados mais significativos dessa conferência foi o reconhecimento, por parte da sociedade internacional, que aumentar o financiamento para a ajuda era importante, mas que essa medida isolada não seria suficiente. Assim, a Conferência de Monterey foi precedida por High Level Forums dispostos a tratar sobre a eficácia da ajuda, começando por Roma, em 2003, e então Paris (2005), Accra (2008) e Busan (2011). A preocupação com a eficácia da ajuda por parte da sociedade internacional pode ser compreendida à medida em que os Estados doadores procuram desempenhar seu papel afim de colaborar para que os países mais pobres atinjam as Metas de Desenvolvimento do Milênio. Começa a evoluir então um novo paradigma nas noções dominantes acerca da ajuda internacional, entendendo-a como uma parceria, em vez de uma relação unidirecional entre doador e receptor. Com base nessa mudança de paradigmas, Nancy Bidsall e William Easterly comentam sobre as possíveis formas de melhorar o desempenho da AID. Em sua análise sobre as práticas atuais da AID, William Easterly apresenta a distinção fundamental de mindsets que corrobora sua avaliação. Segundo o autor, essa diferenciação seria motivada pelo fato de que as boas intenções expressadas pelas potências ocidentais nos últimos 50 anos não vêm se convertendo em resultados palpaveis para as populações carentes. Para Easterly, isso é devido principalmente à abordagem equivovada dos países ocidentais na oferta da assistência, que