David Rodrigues
David Rodrigues, presidente da Pró-Inclusão, lamenta “o desinvestimento” na educação especial. Numa longa entrevista ao EDUCARE.PT, faz ainda um balanço sobre os desafios colocados à escola inclusiva.
Andreia Lobo
11-03-2015
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É um forte defensor da educação inclusiva. “Os estudos internacionais dizem que os bons sistemas de educação têm ao mesmo tempo excelência e equidade”, lembra David Rodrigues, presidente da Associação de Docentes de educação especial – Pró-Inclusão. Mas há entraves difíceis de superar, reconhece: “Muitas vezes desenvolvemos processos de inclusão que têm um grande voluntarismo, mas uma baixa sustentabilidade.” E, acima de tudo, lamenta que para o Ministério da Educação e Ciência (MEC), a educação especial continue a ser “a alínea que fica no final do documento”.
EDUCARE.PT (E): Quando o programa do atual governo foi apresentado, a Associação Nacional de Docentes de educação especial - Pró-Inclusão emitiu um comunicado onde criticava o facto de o documento referir apenas “o reforço da rede, dos recursos técnicos e das competências das escolas de referência em educação especial”.
David Rodrigues (DR): A educação especial (EE) é a alínea que fica no final do documento e procuramos dar-lhe uma maior centralidade. Os estudos internacionais dizem que os bons sistemas de educação têm ao mesmo tempo excelência e equidade. Por isso, advertimos o Governo para isso. Passados alguns anos, talvez possamos constatar que tínhamos alguma razão em estar preocupados com isso, porque temos assistido a um desinvestimento, na educação, nos recursos e no financiamento.
E: De 2011 até agora?
DR: Sim. Concretamente em 2014. A informação que a Pró-Inclusão tem do terreno é de que existe menor financiamento para as instituições, para projetos e para os Centros de Recursos para a Inclusão (CRIS). Muitos agrupamentos de escolas continuam a ter menos professores do que tinham em