Darcy Ribeiro

Darcy Ribeiro “O Povo Brasileiro”. A costa atlântica foi percorrida e ocupada por inumeráveis povos indígenas.
Índios de fala Tupí, bons guerreiros, se instalaram, dominadores tanto a beira- mar, ao lado de toda a costa Atlântica e pelo Amazonas acima como o Paraguai, o Guaporé, o Tapajós, até suas nascentes. Configuraram a ilha Brasil. Eram uma miríade de povos tribais, falando línguas do mesmo tronco, dialetos de uma mesma língua, cada um dos quais, ao crescer, se bipartia, fazendo dois povos que começavam a se diferenciar e logo se desconheciam e se hostilizavam.
Nos povos Tupi introduziram-se os Europeus. Chegaram de além- mar, superagressivo e capaz de atuar destrutivamente e capaz de atuar destrutivamente. O branco trazia pestes no corpo que eram mortais para as populações indenes. Disputavam do território, de suas matas e riquezas para os outros usos. Escravizavam aos índios, mercantilizavam a produção. Foi assim que articulou os novos mundos ao velho mundo europeu como provedores de gêneros exóticos, cativos e ouros.
Essa transfiguração se dá pela gestação de uma etnia nova, que foi unificado, na língua e nos costumes. O Brasileiro surgiu então dessas matrizes à medida que elas iam sendo desfeitas (dos índios desengajados de seu viver gentílico, os negros trazidos de África, e os europeus aqui querenciados).
Matriz Tupi:
Os grupos indígenas encontrados no litoral pelo português eram principalmente tribos de tronco tupi. Antigos ocupantes oriundos de outras matrizes culturais.
Na escala da evolução cultural, os povos Tupi davam os primeiros passos da revolução agrícola. Junto com outros povos da floresta tropical que haviam domesticado diversas plantas, retirando-as da condição selvagem para a de mantimento de suas roças. Produziam mandioca, milho, batata- doce, o cará, o feijão, o amendoim, o tabaco, a abóbora, o urucu, o algodão, o carauá, cuias e cabaças, as pimentas, o abacaxi, o mamão, a erva- mate, o guaraná, árvores frutíferas.
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